O Oceanite é um barco de construção francesa equipado para travessia oceânica. Mede 7,3 metros e pesa mais de 450kg. No terceiro dia que estive a remá-lo o vento deu-nos forte e eu mal conseguia movê-lo do sítio até que me ocorreu remar para trás e, de facto, a resistência é menor porque o cockpit corta o vento em vez de fazer de vela. Após a luta de 4,5horas passei a chamar ao barco ‘The Beast’! Porque arrastar este menino de volta para o ancoradouro provocou-me dores musculares (trapézios, deltóides e dorsais), sanáveis com um pain-killer tipo paracetamol, mas não desprezáveis.
A experiência deu-me uma nova perspectiva sobre a
Acabo de chegar de Santos, no Brasil. O Toledão, José Toledo, é o dono do Oceanite (ele tentou a travessia em 2008 mas sofreu um percalço a 500 km da sua meta). O barco está agora a caminho do estaleiro para revisão e pequenas adaptações e vai mudar de nome para ‘Paraguaçú’ (explico porquê na próxima crónica). Em breve virá para Portugal num ‘contêiner’ (como eles escrevem), possivelmente para o Algarve.
Numa apresentação em Novembro, na Escola Superior de Desporto de Rio Maior, anunciei por primeira vez, publicamente, a minha intenção de atravessar o oceano Atlântico num barco a remos, em solitário. Agora, após vários dias a experimentar um barco no Brasil, onde conheci gente muito simpática que sem me conhecer me transmitiu a ‘maior força’, confirmo aquele anúncio de forma ‘oficial’! A máquina está em marcha!
Ao pessoal de Santos (Douglas, fabricante dos kayaks de turismo e canoas havaianas Pili Ohana ou, ‘grande família’; Don e Dani, da escola de canoagem Rapa Nui, que organizam actividades com populações desfavorecidas; e Fátima), ao C. Motta e ao grande amigo Amadeu, que confirmou o seu apoio como uma espécie de ‘guia espiritual’ durante a travessia, um obrigado e um forte abraço!
José Tavares
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